quarta-feira, 1 de julho de 2009

Desabafando férias

Tão desejadas férias!
Não ter de acordar de madrugada e pegar o mesmo ônibus visualizando sempre as mesmas caras; não ser empurrada, espremida ou pisoteada em um vagão de metrô na Sé; (eu costumo dizer que é o próprio inferno na terra), não ter de encarar feio alguém que está te olhando demais com a feição desconfiada ou até mesmo debochada do tipo; ''um extraterrestre entre nós''; não ter de sair correndo do inferno toda amarrotada e atrasada e dar de cara com o viaduto 23 de maio super fedorento e cheio de mendigos; um McDonald's (odeio muito tudo isso) nojento onde em frente, crianças dormem sujas e disformes da aparência infantil para serem identificadas como tais; andando de encontro à pessoas que acham que tudo o que é diferente do normal, tem de ser rotulado como um ''estilo'' ou até mesmo ''uma tribo'' intitulada emo; não importa se você ouve um death ou thrash metal ferrado ou até mesmo tem paixão e sabe muita coisa sobre classic rock oitentista, simplesmente as pessoas não sabem distinguir. Então, qual a diferença de alguém que ouve mú-si-ca, (recaptulando, eu disse música, não poluição sonora) para alguém que colore os cabelos absurdamente chamativos e muitas vezes, os deixa impregnado de gel caído sobre a face; ouve músicas que dão na mesma de um pagode com acordes de guitarra e tem a sexualidade incrivelmente discutível; estupram a língua portuguesa trocando todos os 's' por 'x', acrescentando palavras pseudo-homossexuais (expondo assim, pessoas com a mesma orientação sexual que a sua própria, ao ridículo) ao vocabulário alheio como por exemplo: " Ahh, amei a xua calça rouxa SenhoriitoO EmoxÍínhOo. "; se as duas pessoas usam calças apertadas nas pernas, all-star, piercings, alargadores e tatuagens, cabelo tipicamente diferente do senso comum e estão de blusa na cor preta? A diferença aos olhos das pessoas, é nenhuma!
Chegar na faculdade e sentir que olhares estão em você e na sua feição brutal do tipo ''odeio as pessoas! E você? tá olhando o quê? '' ou vidrados nas pessoas que estão com você, é tenso; ter sempre o sentimento de ser quase nada diante de outros que sabem muito sobre o que você precisa saber e não sabe, é algo que me desconforta e entristece; ter sempre em mente que aquilo, aquela vivência, é no fundo uma competição e se você bobear, perdeu!; se sentir inferior às comuns patys por não estar usando Opera Rock ou não ter em mãos a Vogue do mês (as vezes sinto raiva de mim por isso; estupidamente estúpida); fazer uma faculdade de moda, andar sempre de jeans e preto e falar sobre bandas undergrounds, as vezes surtem umas caras e sentimentos do tipo ''eca''; mas espero superar toda essa fase opressora de classe média suburbana (como vêem, a ironia faz parte de mim); deixando o sarcasmo de lado, realmente isso me irrita as vezes (como em média, tudo na vida).
Voltando ao assunto, não poderia deixar de citar as filhasdaputagem de alguns professores; a vontade de mandar um foda-se bem grande aos filhinhos de papai que ''compram'' a faculdade e se dão bem diante da mesma; outro belíssimo foda-se às mesmas patys citadas à cima e a enorme vontade de dizer o quanto são superficias, sem personalidade e critérios e o quanto eu adoraria que fossem ao inferno (não me referindo a Sé; digamos... um inferno pior!); sair de toda essa turbulência (claro que meu dia tem aspectos positivos, como por exemplo raras amizades que cultivo e risadas provenientes das mesmas; sem falar da faculdade no seu contexto educacional que eu tanto gosto; ao contrário do que estão pensando sobre o post, eu gosto do que estudo e do que faço, tirando o stress, aborrecimento, raiva, blá blá blá...) e desperdiçar meia hora do seu lindo dia esperando um (e único) maldito ônibus para ir para casa; crianças gritando, pessoas que dividem o funk, pagode e rap proveniente de seu aparelho sonoro com as demais pessoas presentes; o sol juntamente com a poluição que faz com que seu nariz congestione; sem falar dos vendedores de doces e outros que sempre estão na hora errada (ônibus lotado) e no local errado (ônibus o qual estou), mas tais vendedores a quem sou educada, afinal, que culpa têm se meu dia foi estressante, a Kiss FM não sintoniza direito no meu celular e eu estou com fome às 13:20h rezando para chegar em casa, trancar a porta, deixar a manhã estressante para trás e tirar um cochilinho (de seis horas, no mínimo) no meu sofá vermelho?...
Desabafando; é tenso e ao mesmo tempo prazeroso fazer o que se gosta, diante dessas e outras situações rotineiras, eu me pergunto se é realmente isso o que quero para minha vida; se serei uma profissional realizada ou apenas uma qualquer; se conseguirei driblar sempre com maestria as dificuladades e obstáculos que a vida e as pessoas colocam no caminho e acima de tudo, me pergunto se irei ser feliz com minhas escolhas.
Espero, torço, oro, peço, tento e me esforço para que a palavra seja sempre sim! Nessas férias, longe de todo esse caos, pretendo mesmo, muitissississímo descansar a mente, o corpo e me dedicar ao que gosto, apenas pelo simples prazer do fazer e do gostar, sem sensação de obrigação alguma, pretendo também dar uma geral na minha vida e aproveitar bastante ao lado das pessoas que eu amo, talvez nesse um mês de vida boa, viajar, quem sabe? Bom, são feitos que terei bastante tempo para realizar.
Mas, a verdade, é que o tédio já está tomando conta. Contraditório não?

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